domingo, 30 de outubro de 2011

Sugestão de livro para leitura...

Vygotsky atualmente é considerado um dos mais importantes psicólogos do nosso século. Seus escritos, elaborados há aproximadamente sessenta anos, ainda hoje têm o efeito do impacto, da ousadia, da fidelidade à investigação acerca de pontos obscuros e polêmicos no campo científico. Apesar do conhecimento tardio de sua obra, é com relativa rapidez que suas ideias vêm sendo disseminadas, discutidas e valorizadas. É significativa a influência e repercussão que seus postulados vêm provando na psicologia e educação, não só no Brasil como em outros países ocidentais.

A obra de Vygostky pode significar uma grande contribuição para a área da educação, na medida em que traz importantes reflexões sobre o processo de formação das características psicológicas tipicamente humanas e sobre as relações entre ensino, aprendizagem e desenvolvimento. Como consequência, suscita questionamentos, aponta diretrizes, instiga a formulação de alternativas no plano pedagógico e, principalmente, sugere uma reavaliação de aspectos já consagrados no campo educacional.

Vygostky: uma perspectiva histórico-cultural da educação de Teresa Cristina Rego pretende oferecer uma interpretação sobre alguns aspectos da vida e obra do autor, assim como uma reflexão de possíveis implicações de seu pensamento na educação. A intenção é possibilitar ao leitor uma análise geral e necessariamente introdutória que estimule a consulta, o estudo e o aprofundamento de teses e descobertas deste estudioso inquieto e obstinado, que dedicou sua vida ao esforço de romper, transformar e ultrapassar o estado de conhecimento e reflexão de seu tempo.

A autora Teresa Cristina Rego é professsora da graduação, licenciatura e pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e coeditora da Revista Educação e Pesquisa (FEUSP). É mestre e doutora em educação pela USP e pós- doutora pela Universidad Antónoma de Madrid. É pesquisadora do CNPQ e autora, entre outros, de Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação (Vozes, 21. ed., 2010), Memórias de escola: cultura escolar e constituição de singularidades (Vozes, 2003) e coautora de Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea (Moderna, 3. ed., 2008).

Bibliografia deste livro: REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Coleção: Educação e conhecimento. Petrópolis, Vozes, 2011. 22.ed.

Este livro é maravilhoso e contribui muito para a reflexão sobre a prática pedagógica realizada nas escolas.
Vale a pena ler.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Brincar ao ar livre: nada mais gostoso

Em meio a tantos brinquedos eletrônicos atraentes aos olhos das crianças, um tipo de diversão nunca pode ser esquecido na infância: as brincadeiras ao ar livre. Inconscientemente, associamos essas atividades à liberdade, apesar da crescente violência urbana.

É correndo, pulando ou subindo em árvores que as crianças se desenvolvem tanto no aspecto quanto no conhecimento do mundo. Sem contar que as peripécias de quem corre pra lá e pra cá acabam por si só sendo instrumentos importantes para o raciocínio, reflexo, aumentando a autoconfiança e, mais do que isso, contribuindo para a socialização. Quem de nós será que não se divertia brincando de pega-pega? Impossível achar um que não gostasse.

“A presença de espaço onde a criança possa descobrir, criar, experimentar é um bom caminho para o desenvolvimento da aprendizagem perceptivo-motora, da inteligência, das habilidades da leitura e da escrita e da formação de conceitos através de suas próprias experiências”, afirma o educador físico Thales Ribeiro.
Um pátio, parquinho ou um gramado podem ser um bom espaço para brincar. Além de árvores, da caixa de areia e dos brinquedos tradicionais, como escorregador, balanço, gangorra e trepa-trepa, brincadeiras com bolas, bambolês e cordas são importantes, principalmente pela liberdade de movimento e contato com a natureza.

Nenês também devem se divertir -

Brincar ao livre é um grande estímulo para o bebê, principalmente se for acompanhado de um animal de estimação ou de outras crianças. Por que é tão legal que o nenê saia de casa para brincar? Simples. Porque é fundamental que a mãe mostre os sons e imite para que ele aprenda a conhecer o mundo real e não o mundo que é passado somente pela TV. Quer uma dica? Faça com que o bebê tenha contato com diferentes texturas como grama, areia e água, sempre conversando e contando histórias a ele.

Brinque com seu filho ao ar livre, faça-o conhecer os mais diversos sons e os diferentes ambientes, deixando o seu bebê conhecer o mundo.

“É na brincadeira que a criança dá vazão à sua energia, ao senso crítico e à criação. Usando sua criatividade, a criança descobre o seu eu e pode utilizar sua personalidade. Aprende a dirigir suas ações, agir cooperativamente, trabalhar em conjunto e sozinho”, revela Thales.

Bruno Thadeu

Engatinhar: uma conquista do bebê

Perigos de acidente, chão "sujo" com possibilidade de contágio de doenças, somado à maior demanda de atenção dos pais, vovós ou babás. Isso tudo está fazendo com que o engatinhar fique para trás. As crianças de hoje estão engatinhando menos do que as crianças de antigamente. O que é um retrocesso.

E para aumentar essa estatística nada boa, existem hoje no mercado várias cadeirinhas, cadeirões, chiqueirinhos, bebê conforto e carrinhos que deixam as crianças sentadas, enquanto os pais podem fazer o que quiser, pois o pimpolho estará lá, sempre sentadinho.

Agora o problema: Sally Blythe, especialista em desenvolvimento infantil, coordenou um estudo em que relacionou a falta de engatinhar com dificuldades em aprender a ler e escrever.

A especialista estudou 70 crianças de 8 a 10 anos divididas em dois grupos, um com crianças apresentando dificuldades na leitura e escrita, e o outro sem queixas no aprendizado.

Ao fim do estudo, percebeu uma diferença significativa: as crianças que não engatinharam ou engatinharam menos também andaram mais tarde e eram as crianças do grupo que apresentavam dificuldades no aprendizado.

De uma maneira sucinta, o engatinhar representa um marco no desenvolvimento da criança e é um exercício motor importante.

A tentativa de “balançar o esqueleto”, mesmo que desordenadamente, estimula a coordenação visual para os movimentos que mais tarde a criança vai usar para ler e escrever, explica Sally.

Deixe o bebê “se virar” - Engatinhando a criança desloca os olhos similarmente ao momento de leitura e escrita. Dessa forma, o bebê é estimulado a construir novas ligações neurológicas envolvidas nessas funções, ajudando mais tarde na escola.

O uso excessivo dos artigos modernos que auxiliam os pais a tomar conta dos bebês são um dos vilões do engatinhar. Eles deixam a criança sentadinha impedindo que se movimentem e brinquem livremente com o corpo.

No chão, a criança aumenta o seu campo de visão e o seu equilíbrio, sendo mais fácil descobrir o mundo. Aprende a ter noção de espaço e distância. É uma ação ativa e não passiva como as crianças que ficam nas cadeirinhas. Além de tudo, ajuda alinhar a coluna, preparando a criança para ficar em pé e andar.

Precisamos saber também que o não engatinhar não é fator determinante para que a criança tenha dificuldades na escola. "Alguns bebês que não engatinharam acabam não tendo problemas, enquanto alguns que engatinharam poderão apresentar dificuldades", afirma à especialista.

Dicas
Pense na seguinte situação: seu bebê está em uma cadeirinha de rodinha e deixa cair um brinquedo no chão. Ele não terá a mínima chance de pegar o objeto, pois está preso. Ficará totalmente dependente, à espera de alguém para pegar o brinquedo. Péssimo para quem está na fase de descobrimento da vida e aprendizado.

Deixe brinquedos de diferentes cores, texturas e materiais no chão ao lado do seu bebê para que descubra as diferenças.

Não se preocupe se seu bebê não engatinhar. Cada bebê se desenvolve de maneiras diferentes e muitos não passam pela fase do engatinhar, mas precisamos estimulá-los.

Autor Desconhecido.

Se sujar faz bem?

A “sujeirinha” que pode ser útil à criança
Higiene é essencial, mas em excesso pode prejudicar a saúde dos pequenos. Pode parecer papo de louco, mas tem fundamento. Isso é que indica um estudo americano publicado pela revista online Nature Medicine.

Pesquisadores da School of Medicine da University of California, em San Diego, descobriram que uma bactéria que vive constantemente na nossa pele pode impedir que a inflamação após um ferimento seja muito grande.
 
O problema é que essas bactérias são eliminadas por produtos de limpeza, como sabonetes, sabão e desinfetante. Neste caso, o excesso de limpeza poderia acabar com esses organismos na pele das crianças, podendo fazer que um simples ferimento inflame mais do que se essas bactérias tivessem atuado.
Mas é lógico que não é por essas e outras que o personagem Cascão, da Turma da Mônica, virará referência às crianças da noite para o dia. Longe disso. Banho é fundamental. Mas muito banho no mesmo dia pode ser desaconselhável, principalmente se a pessoa insistir no uso de esponja.
Segundo Richard Gallo, um dos coordenadores da pesquisa, diz que os estafilococos (as bactérias presentes na pele) podem causar infecções se entrarem no organismo das pessoas, mas se ficarem somente na pele são benéficas para os ferimentos mais leves.
Esse estudo embasa a “hipótese da higiene” que relata a importância do contato com germes na primeira infância para que as crianças fortaleçam seu corpo contra alergias.
Há cada vez mais evidências que o excesso de limpeza que se vê hoje nas sociedades modernas está levando a um grande número de pessoas alérgicas no mundo.
Ainda são poucos os estudos feitos nessa área, mas levam a indicar que contatos com os germes são necessários para a saúde do nosso organismo. Mais pesquisas devem ser feitas para concluir de vez essa questão.
Por isso, papais e mamães não devem ficar tão preocupados quando a criança engatinha no chão que não está tão bem limpinho ou quando, sem querer, a criança coloca a mão suja de areia na boca na hora que está brincando na praia.
Bruno Rodrigues


Pais superprotetores.

Meu filho precisa de carinho e não de superproteção.

Proteger os filhos é obrigação dos pais, mas quando essa proteção se torna excessiva, às vezes doentia, o desenvolvimento e crescimento dos pequenos podem ser seriamente comprometidos, mesmo que os pais não consigam enxergar.
Não deixar a criança ir ao chão para brincar em um lugar sujo é bem diferente de não deixar a criança engatinhar na sala de casa ou da madrinha.
Um lugar sujo pode transmitir doenças para seu filho e os pais têm a obrigação de protegê-lo, mas o chão da casa de quem se conhece não é proteção e sim uma proibição de que a criança explore o ambiente e se desenvolva motora e cognitivamente.
Pais que tiveram seus filhos com idade mais avançada, com filhos temporãos, que tiveram alguma dificuldade com gravidez ou parto ou que trabalham excessivamente são pais mais propensos a superproteger seus filhos.
Os pais superprotetores pensam que estão fazendo tudo de melhor para a sua criança e é claro que não querem o mal dos filhos, mas acabam facilitando demais a vida dos pequenos quando fazem tudo por ele ou o privam de alguma situação que acham perigosa.
Alguns “sintomas” são facilmente notados por quem recebe blindagem excessiva dos pais. A criança que demora a andar, já que os pais não a colocam no chão para estimulá-la com medo de que caia e se machuque ou receosa de que ela leve a mão à boca depois que a colocou no chão.
A criança “preguiçosa” para falar também pode ser consequência de superproteção: o pequeno mal aponta para a jarra de água e o copo com água já está na mão. A criança nem teve tempo de tentar falar e o que queria já estava na mão.

Tem como quebrar essa redoma? - Mudanças são sempre difíceis e é só pensar em nós, adultos. Mesmo querendo mudar de casa nosso coração aperta ao deixar um pedacinho da nossa vida na casa que ficou para trás. A criança também.
Andar e falar são mudanças difíceis, e se os pais fizerem tudo por ela ficará mais fácil e não precisará enfrentar as dificuldades como a frustração de cair ao tentar andar e falar errado e não ser entendida. Sabe aquela coisa do “só aprendendo errando”?
Com essa atitude superprotetora, os pais vão educando filhos que só pensam no seu próprio umbigo e vontades, sentindo-se o centro do mundo. Além disso, não há quem aguente uma criancinha mimada, com exceção dos pais e das sempre “doces” avós.
“Hoje é difícil dizer um não e ter paciência com o crescimento dos filhos. Muitas vezes, é mais simples interferir para resolver um problema do que permitir que a criança o analise por inteiro e demonstre suas condições de transpô-lo”, relata à psicóloga Marlucia Pessoa.
Caso algo não aconteça do jeito que essa criança quer, ela chora e recua, não conseguindo enfrentar os desafios sem ao menos tentar a possibilidade de desafiar seus limites e viver novas possibilidades.
Assim, as crianças tendem a crescer tiranas com os pais, avós e babás e tentam ser assim com as professoras e amiguinhos, mostrando a dificuldade de se relacionar e enfrentar os obstáculos longe das rédeas dos pais. A criança pode se tornar um adulto mimado, o que se torna mais desagradável ainda.
Ocorre que na fase adulta nem sempre pai e mãe poderão resolver as situações mais embaraçosas.

Dicas
Manter seu filho sob sua vigilância 100% do tempo é motivo para que se torne um adulto inseguro.
Não faça todas as vontades de seu filho só porque não tem muito tempo com ele. Qualidade é melhor do que quantidade de tempo. Um passeio “da hora” em parques ou praias pode valer mais do que um videogame novo.
Use o bom senso e o equilíbrio. Se tiver alguma dúvida, consulte um especialista.
Bruno Rodrigues

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sequência de atividades sobre o elemento natural terra

        
         Objetivos de Ensino:
        Propiciar a aprendizagem sobre algumas características da terra, incentivando a busca por novas descobertas;
        Oportunizar momentos de exploração da imaginação e das brincadeiras de faz de conta;
        Contribuir para a ampliação do repertório de músicas conhecidas pela turma;

         Objetivos de Aprendizagem:
        Conhecer algumas características do elemento natural Terra;
        Pesquisar em outras fontes informações sobre o tema;
        Perceber as transformações deste elemento natural;
        Explorar as brincadeiras de faz de conta e a imaginação;
        Ampliar o repertório de músicas conhecidas.

1º Dia:
        Primeiramente, iremos questionar o grupo sobre o que eles conhecem sobre o elemento Terra, o que querem conhecer e o que precisam aprender, fazendo uma lista destas informações, sendo que o professor fará o papel de escriba.
        Em seguida, a professora irá disponibilizar diversas fontes de pesquisa, como jornais, revistas e livros. O grupo será incentivado a pesquisar nestes materiais informações sobre as suas dúvidas levantadas na roda de conversa. A professora irá lendo as informações coletadas pelo grupo, escrevendo em outro cartaz as características do elemento natural terra.

2º Dia:
        Iremos relembrar com o grupo, em uma roda de conversa, as diversas informações coletadas no dia anterior, sendo que a professora irá trazer algumas imagens sobre este elemento e outras informações para complementar a pesquisa do dia anterior.
        Em seguida, iremos propor uma brincadeira com este elemento. Será disponibilizada a terra seca, água, panelinhas e outros objetos para que as crianças explorem este elemento e brinquem de faz de conta.

3º Dia:
        Plantar com o grupo uma planta em um vaso e em outro vaso será colocado apenas terra, explicando que um dos recipientes será regado e o outro não, para percebermos a transformação da terra ao longo do tempo.
        Diariamente, iremos observar com a turma as transformações ocorridas nas plantas e na terra, realizando registros destas através de desenhos e relatos, tendo como escriba a professora.

4º Dia:
        A professora irá conversar com o dono de uma empresa que extrai barro de morros, para verificar a possibilidade de uma visita a este local.
        Durante a visita, as crianças serão incentivadas a observar as diversas cores da terra que está sendo retirada do morro. Iremos coletar um pouco de terra para utilizarmos posteriormente.

5º Dia:
        Neste dia iremos propor realizar uma atividade de modelagem com argila, que será amolecida com água.
        No término da atividade, iremos questionar o grupo sobre a dificuldade ou facilidade de explorar este material.

6º Dia:
        Neste dia, iremos realizar outra proposta de modelagem com argila, mas agora ela estará um pouco mais seca.
        Após o término da proposta, a turma será questionada novamente sobre a dificuldade ou facilidade da proposta, sendo que os comentários sobre a modelagem com argila amolecida e seca serão agrupados em uma tabela, para que as crianças possam perceber as diferenças dos estados deste elemento.

7º Dia:
        Iremos apresentar um documentário sobre a seca no Brasil, mostrando as transformações da terra sem as chuvas.
        Após a sessão de vídeo, faremos uma roda de conversa para discutirmos as informações coletadas e escrever mais dados no cartaz sobre as características do elemento natural terra.

8º Dia:
        Iremos explorar a música: Asa Branca de Luiz Gonzaga, conversando e questionando o grupo sobre as informações oferecidas por esta canção, problematizando algumas frases.

9º Dia:
        Neste dia iremos resgatar as terras coletadas na visita a um local de extração de terra. Coletivamente, misturaremos cada terra de cor diferente, com um pouco de água e o grupo será incentivado a desenhar com estas tintas naturais com pincéis sobre cartolinas. Iremos incentivar as crianças a fazerem os desenhos sobre a música Asa Branca, que foi abordada no dia anterior.
        Realizaremos uma roda de conversa, relembrando o grupo sobre o que eles já sabiam sobre o elemento natural terra, o que queriam aprender, de acordo com as informações registradas na lista no início desta sequência de atividades e o que aprenderam, sendo que podem surgir encaminhamentos para novos planejamentos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Poema de Ruth Rocha

Pelo Direito da Criança

Toda criança do mundo deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo, contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome, Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome, ter segurança e estudar.

Não é questão de querer, nem questão de concordar
Os diretos das crianças todos tem de respeitar.
Tem direito à atenção, direito de não ter medos
Direito a livros e a pão, direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem o direito de sorrir.
Correr na beira do mar, ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente, filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente, Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador, fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor, brincar de adivinhação.
Morango com chantilly, ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi, bola, bola, bola, bola!
Lamber fundo da panela, ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela, poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas, contar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas e uma corda de pular.

Um passeio de canoa, pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa... Contar estrelas no céu...
Ficar lendo revistinha, um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha, um bom dum cachorro-quente.
Festejar o aniversário, com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos, Dar pulos no colchão.
Livros com muita figura, Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura... Alguém para querer bem...

Festinha de São João, com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão, com quadrilha e bandeirinha.
Andar debaixo da chuva, ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva, sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro, comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro, noite de muito luar.
Ter tempo pra fazer nada, Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada... Falar pelos cotovelos.
E quando a noite chegar, um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar... De preferência um colinho.
Uma caminha macia, Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita, Então, dormir e sonhar...
Embora eu não seja rei, Decreto, neste país,
Que toda, toda criança... Tem direito a ser feliz!
(Ruth Rocha)

Como construir um vulcão.


Aprenda a fazer um vulcão
Ingredientes
Para fazer o vulcão você vai precisar:
- Massa de modelar ou argila;
- Um prato ou tábua para servir de base;
- Um copinho de plástico;
- Anilina ou corante vermelho;
- Detergente;
- Água;
- Vinagre;
- Bicarbonato de sódio ou fermento de bolo.
Coloque o copinho no meio da massa. Modele o vulcão.
Dentro do copo coloque uma colher de sopa de bicarbonato;
Misture em uma xícara de chá uma colher de chá de corante ou anilina, uma xícara de café de vinagre e meio copo d'água.
Despeje essa mistura dentro do copinho no centro do vulcão.
E ABRACADABRA...

Veja! Seu vulcão explodiu!!!
Dica:* Argila custa mais barato que massa de modelar...
(fonte: http://www.terra.com.br/criancas/ciencias/vulcao_7.htm)
“É contra a natureza tratar a criança fragmentariamente. Em cada idade ela constitui um conjunto indissociável e original. Na sucessão de suas idades, ela é um único e mesmo ser em metamorfose. Por ser feita de contraste e de conflitos, sua unidade será ainda mais suscetível de ampliamento e de enriquecimento”.

“Importante recurso para a construção da identidade (individual e coletiva) as condutas de oposição podem ser interpretadas também como indício de uma necessidade de autonomia. A introdução de medidas concretas que visem possibilitar maior autonomia e responsabilidade às crianças pode diluir a oposição e facilitar a convivência nos momentos críticos. Sem falar nos benefícios que tais medidas podem trazer para o desenvolvimento de condutas sociais importantes, como a cooperação e a solidariedade”.

Izabel Galvão. Livro: Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Editora Vozes, 2011.
“Vigotski afirma que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento, ou seja, que se dirige às funções psicológicas que estão em vias de se completarem. Essa dimensão prospectiva do desenvolvimento psicológico é de grande importância para a educação, pois permite a compreensão de processos de desenvolvimento que, embora presentes no indivíduo, necessitam da intervenção, da colaboração de parceiros mais experientes da cultura para se consolidarem e, como consequência, ajuda a definir o campo e as possibilidades da atuação pedagógica”.

“(...) a escola deve ser capaz de desenvolver nos alunos capacidades intelectuais que lhes permitam assimilar plenamente os conhecimentos acumulados. Isto quer dizer que ela não deve se restringir à transmissão de conteúdos, mas, principalmente, ensinar o aluno a pensar, ensinar formas de acesso e apropriação do conhecimento elaborado, de modo que ele possa praticá-las autonomamente ao longo de sua vida, além de sua permanência na escola. Essa é, segundo ele, a tarefa principal da escola contemporânea frente às exigências das sociedades modernas (DAVIDOV, 1988, p.3)”.

Teresa Cristina Rego. Livro: Vigotski: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Editora Vozes, 2011.

A Solidária parceria entre Espaço e Educador


            O espaço não é algo dado, mas deve ser construído como uma dimensão do trabalho pedagógico.
O modo como o professor organiza e utiliza este espaço expressa sua concepção: autoritária, democrática, centradas no professor ou centrada no grupo de alunos e na interlocução com eles.
            Sendo o professor esta figura tão influente, caberá a ele exercer o papel de mediador dessas diferentes relações: entre as crianças e o saber, entre ele e as crianças, entre as crianças e o mundo que as cerca e entre ela mesma.
            Superando esta postura “adultocêntrica”, o professor não elimina seu papel, ao contrário, reforça-o, como ator consciente das responsabilidades e das necessidades infantis. Não se trata apenas de dar informações e moldar comportamentos, mas de criar condições ricas e diversificadas para que cada criança trilhe seu caminho e desenvolva suas possibilidades. Trata-se de trabalhar o grupo e seu contexto respeitando as diferenças sem perder a visão do todo.
            Seguindo a ideia de Henri Wallon (1989), o meio é essencial em dois sentidos: Como ambiente e como instrumento. Se o professor está preocupado com a formação de indivíduos autônomos e independentes, de alunos que sejam protagonistas de sua aprendizagem, deverá preparar para este grupo de crianças um ambiente que seja desafiador e acolhedor, possibilitando interações entre elas e delas com os adultos. O espaço da escola e da sala de aula (móveis, materiais, cores, etc) deverá estar em condições para este desafio.

O espaço e a Socialização
O grupo social é indispensável à criança não somente para sua aprendizagem social, como também para o desenvolvimento da tomada de consciência de sua própria personalidade. A confrontação com os companheiros lhe permite constatar que é uma entre outras crianças e que, ao mesmo tempo, é igual e diferente delas.
            Precisamos saber que, nos primeiros anos de vida, o indivíduo apresenta reações descontínuas e esporádicas, que precisam ser completadas e interpretadas. Devido a essa incapacidade, ele é manipulado pelo outro e é através desse outro que suas atitudes irão adquirir forma. Desse modo, em um ambiente sem estímulos, no qual as crianças não possam interagir desde a tenra idade umas com as outras, com os adultos e com objetos e materiais diversos, esse processo de desenvolvimento não ocorrerá em sua plenitude.

Espaço e Movimento
Ainda se referindo aos princípios pedagógicos de Wallon , quando defende que o movimento tem um papel fundamental na afetividade e na cognição, podemos depreender que a organização espacial deverá traduzir-se em um espaço amplo onde as crianças poderão movimentar-se com liberdade. Muitas vezes na educação infantil, vemos as salas de aula sendo organizadas com mesas e cadeiras ocupando o espaço central, o que impõe às crianças uma “ditadura postural”, a qual certamente acarretará problemas de comportamento em algumas delas, pois não se sujeitarão a ficar sentadas por longos períodos de tempo.
            A dificuldade de alguns educadores em trabalhar "com corpos que se movimentam" é muitas vezes evidente. Por muito tempo, se afirmou a estratégia de se controlar o pensamento das crianças por meio do controle de seus movimentos. Em algumas práticas docentes é comum os arranjos espaciais não permitirem a interação entre as crianças, impossibilitando sua apropriação dos espaços. Há sempre um "lugar nobre" destinado a mesas e cadeiras e ao quadro negro, os armários fechados com materiais como tintas, pincéis, papéis e lápis de colorir, fora do alcance do aluno. De acordo com essa prática, o que legitima a ideia de turma disciplinada é aquela em que todos permanecem sentados, geralmente fazendo uma atividade fotocopiada que é igual para todos. Ignoram que o ato de brincar/jogar, é algo muito sério para a criança, e que ela pode aprender interagindo com objetos, explorando e descobrindo o mundo.

Espaço e Sensibilidade Estética

É importante termos consciência de que as crianças, passando por diferentes estágios de desenvolvimento, terão, por conseguinte, necessidades diversas também em relação ao meio no qual estão inseridas. A harmonia das cores, as luzes, o equilíbrio entre móveis e objetos, a própria decoração da sala de aula, tudo isso influenciará na sensibilidade estética das crianças, ao mesmo tempo em que permitirá que elas se apropriem dos objetos da cultura na qual estão inseridas.

Fonte: Maria da Graça Souza Horn - Sabores, cores, sons, aromas. Ed Artmed.

O futuro da educação infantil de Vital Didonet


Se quisermos que as próximas gerações respeitem a natureza e cuidem do planeta Terra, é importante incluir agora no currículo da educação infantil o estudo da natureza e da interdependência entre o ser humano e o ambiente.
Assuntos sobre o Meio Ambiente é de interesse da criança pequena? O que e como se trabalhar na educação infantil para que elas se tornem atores de uma nova consciência e uma nova atitude frente à vida e ao meio ambiente?
Iniciemos pela pergunta sobre quando começar e por que tão cedo.
         Os primeiros anos de vida são os mais favoráveis para desenvolver atitudes e valores que formam a base da personalidade. A estrutura de valores e as atitudes construídas na primeira infância traçam a rota mais firme e estável para a vida. Ela será usada como referência para decisões importantes que o homem e a mulher deverão tomar nas diferentes fases e circunstâncias de sua existência. Os primeiros valores determinam os comportamentos éticos e morais ao longo da vida. Quando alguém se vê diante de dificuldades e situações complexas, ou quando um novo desafio exige uma decisão difícil de tomar, é a tais valores que vai recorrer. Na infância, eles se inseriram como sulcos na personalidade e depois passam a guiar opções e resoluções, reações e comportamentos.
         Portanto, se quisermos que as próximas gerações respeitem a natureza e cuidem do planeta Terra, é importante incluir agora no currículo da educação infantil o estudo da natureza e da interdependência entre o ser humano e o ambiente. As crianças são muito sensíveis à natureza e aos seus elementos - os animais, as plantas, as flores, os fenômenos do fogo, da água, da terra, do vento. Essa é a razão pela qual o contato lúdico com elementos da natureza sempre esteve presente na educação infantil.
O currículo de educação infantil geralmente inclui duas áreas de trabalho relacionadas ao ambiente: conhecimento, por meio de experiências concretas, da natureza e dos problemas que a estão afetando e ressignificação de materiais por meio da transformação e da reutilização. A primeira linha de ação é relativamente recente e consiste em conhecer os espaços naturais. Passeios, exploração dos ambientes, cuidado de pequenos animais, cultivo de horta, pomar e jardim levam as crianças ao encontro da natureza e também às iniciativas contra a poluição do rio, o lixo nas ruas, à coleta seletiva na escola. A segunda - reciclagem e uso de "materiais de sucata" para fins didáticos - tem a mesma idade do jardim-de-infância e da pré-escola (material de sucata é entendido aqui como aquele que já cumpriu a sua primeira destinação e pode adquirir outra).
         Cabe, então, uma nova pergunta: o que isso tem a ver com a educação das crianças e, mais, com o desenvolvimento sustentável? A resposta começa na afirmação da Carta da Terra de que a construção de uma sociedade sustentável "requer uma mudança na mente e no coração". O que muda a mente e o coração mais do que a educação? Se no ensino fundamental e médio a educação tem o poder de modificar o entendimento e a maneira de se pôr diante da vida, na educação infantil ela não precisa mudar a mente nem o coração, pois começa quando eles estão começando a se formar. Tarefa bem mais fácil, pois. A transformação, pela reciclagem ou pela atribuição de outra finalidade a elementos da natureza, de objetos do passado e produtos da indústria, tem significado filosófico, psicológico e pedagógico e um profundo sentido ético nas relações entre as pessoas e destas com toda a existência. Que significado é esse?
         Estamos vivendo num círculo vicioso de produção-consumo-substituição-descarte. Esse fenômeno está criando o hábito da substituição e uma corrida pela novidade. Decorre disso uma crescente atitude de desprezo pelo velho, pelo antigo, pelo modelo ultrapassado. Quantas pessoas sentem-se incomodadas em ter um eletrodoméstico, um telefone celular, um computador, um televisor velho, um pen-drive ou i-pod com baixa capacidade de armazenagem frente ao último lançamento! Algumas crianças ficam envergonhadas se seus pais vão buscá-las na escola com um carro velho...
         Mais séria, no entanto, é a conseqüência disso sobre as relações humanas: o amor é visto como uma emoção passageira, a amizade como um sentimento superficial, as relações humanas passam a ser encaradas pelo critério da utilidade. Dessa forma, as pessoas podem ser facilmente substituídas, postas em segundo plano, abandonadas como objetos descartáveis. Um pequeno desentendimento ou um conflito ocasional é suficiente para cortar os laços que unem marido e mulher, pais e filhos, namorados, amigos. As pessoas idosas são vistas como estorvo, postas em lar de velhinhos, nunca visitadas por familiares.
         Ressignificar um objeto pela transformação do seu primeiro objetivo em outro - por exemplo, transformar uma garrafa de plástico em ônibus ou uma lâmpada queimada em um artístico invólucro de um barco em miniatura - pode contribuir para desenvolver dois valores:
* A Terra e tudo o que a faz ser um planeta habitado pela vida não valem só porque são úteis e enquanto servem ao interesse imediato de bem-estar, da acumulação de riqueza ou desfrute do ser humano, mas têm um valor intrínseco, que é a existência mesma, e uma condição de permanência e desenvolvimento determinada pela natureza e pela cultura;
* As coisas têm uma existência multissignificante, ou seja, a noção de transutilidade aprofunda a visão humana sobre o significado do mundo e, consequentemente, da própria existência e das relações das pessoas entre si e com a natureza. Somos criadores de significados e portadores de muitos possíveis.
         Em síntese, além da sua dimensão econômica e ecológica, a reciclagem, a preservação e a ressignificação portam valor psicológico, filosófico e pedagógico. Somos como pontos de uma teia de relações na qual todos são importantes e significativos. Pertencemos ao mundo; em vez de "donos", somos irmãos de tudo o que há no universo. São Francisco de Assis entendeu essa dimensão de fraternidade universal a ponto de chamar irmão sol, irmã lua... Esse comportamento leva também ao reencontro do valor das pessoas, de sua dignidade intrínseca, seu desejo de ser mais, seus sonhos de felicidade e amor. As pessoas não podem ser usadas nem descartadas, não valem pela utilidade ou produtividade econômica, nem perdem a dignidade e o respeito com a idade.
         Os valores e as atitudes recomendados pela Carta da Terra − reverência à vida, firme com­pro­misso de alcançar a sustentabilidade, intensificação da luta pela justiça e pela paz e alegre celebração da vida − constituem um belo e desafiador programa de educação ambiental na escola.

Fonte: Revista Pátio - Ano VI - Nº 18
“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”
(Paulo Freire)

Proposta de interações e brincadeiras: Caça ao tesouro sensorial

Campos de experiências: * Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: * Classi...