Avaliar faz parte do ato educativo. Avalia-se para diagnosticar avanços e dificuldades, para intervir, agir, problematizar, interferir e redefinir os caminhos a serem percorridos.
A avaliação deve ser vista como um processo emancipatório, que dê espaço a criatividade, autonomia e criticidade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96 aponta em seu artigo 31 que: “Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 29) destaca que os Centros de Educação Infantil:
"Devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
• A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
• Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, etc.);
• A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);
• Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
• A não retenção das crianças na Educação Infantil".
Na Educação Infantil a avaliação deve ser processual e incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as atividades propostas e o modo como foram realizadas, as instruções e os apoios oferecidos às crianças individualmente e ao coletivo de crianças, a forma como o professor respondeu às manifestações e às interações das crianças, os agrupamentos que as crianças formaram, o material oferecido e o espaço e o tempo garantidos para a realização das atividades.
Conhecer as preferências das crianças, a forma delas participarem nas atividades, seus parceiros prediletos para a realização de diferentes tipos de tarefas, suas narrativas, e outros pontos pode ajudar o professor a reorganizar as atividades de modo mais adequado ao alcance dos propósitos infantis e das aprendizagens coletivamente trabalhadas. Ele poderá então fortalecer ou modificar a situação, de modo a efetivar o projeto político pedagógico da instituição.
Desse modo faz-se necessário que os professores criem diferentes estratégias para acompanhar as realizações das crianças em meio ao contexto de experiências que lhe é oferecido diariamente.
A partir dos dados contidos nos registros diários, o professor elabora os registros avaliativos.
O registro avaliativo tem a finalidade de informar os avanços das crianças em suas aprendizagens, a maneira como se envolveram com as experiências desenvolvidas, como enfrentaram os desafios propostos e a qualidade das relações que estabeleceram com o grupo.
O registro avaliativo pode ser composto por três partes, conforme destacado abaixo:
Perfil da turma: Neste item será feito o perfil da turma, constando quantas crianças frequentam este grupo, quantos são meninos e meninas, como foi o período de acolhimento caso seja a avaliação do primeiro semestre, quais os momentos e atividades mais significativos para o grupo, como as crianças brincam, como brincam, como se socializam, o que gostam de fazer, etc.
Destacar quais foram às propostas pedagógicas e projetos apresentados no semestre. Pode-se inserir algumas fotos das atividades mais significativas realizadas no grupo;
Aprendizagem e desenvolvimento da criança: Descrever as aprendizagens conquistadas pela criança, relacionando-as com os dois tópicos anteriores. Pode-se colocar fotos das atividades realizadas individualmente, que demonstrem as aprendizagens adquiridas.
É importante frisar que o professor ao avaliar, não deve fazer comparações de uma criança com outra, mas sim da criança com ela mesma, o quanto ela evoluiu e onde ela precisa de ajuda, observá-la individualmente e dentro da equipe, a sua participação e iniciativa, interação e respeito, avanços e reciprocidades.
- Pontos a serem observados na elaboração dos registros avaliativos:
Ter o máximo de cuidado com os erros ortográficos e de concordância;
Evitar termos muito técnicos;
Focar nas experiências das crianças e não em textos teóricos;
A informação aos pais é da professora, podendo conter as falas das crianças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário